Mulheres Imigrantes

#83 - Transições com Ana Larissa Rodrigues

May 27, 2024 Mulheres Imigrantes Season 4 Episode 83
#83 - Transições com Ana Larissa Rodrigues
Mulheres Imigrantes
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#83 - Transições com Ana Larissa Rodrigues
May 27, 2024 Season 4 Episode 83
Mulheres Imigrantes

Manda uma mensagem pra gente!

No episódio de hoje, a entrevistada é Ana Larissa Rodrigues, @anaaalarissa, natural de Fortaleza/CE, atualmente imigrante em Sydney/Austrália.
Uma conversa sobre a sua ancestralidade como mulher negra, Ana Larissa falou sobre apropriação cultural, como trabalhar como trancista na Austrália a fez enxergar sua cultura com outros olhos, e expandir isso para outras etnias. Ainda no tema cabelos, ela comentou sobre como as pessoas negras passam por preconceitos por causa do cabelo crespo, e o quanto isso pode afetar a autoestima de uma pessoa.
A turismóloga contou como ser filha de pais separados, e ter sido criada por seu pai desde os onze anos de idade, a fez performar atitudes percebidas como masculinas na vida. Ana comentou como hoje em dia ela procura um equilíbrio entre o masculino e o feminino.
Uma conversa sobre oportunidades, paixões e muitas transições.
Esse episódio foi patrocinado por Tagarela Migration, uma agência de confiança em processos de imigração para a Austrália, sigam no instagram @tagarela_aus
---
Lupa Cultural:
Rapunzel Afro, salão afro de Ana Larissa em Sydney - @rapunzel_afro_hair
Self Made: Madam CJ Walker, série na Netflix
Harriet, filme - @harrietfilm
Stand up, música do filme Harriet por Cynthia Erivo - @cynthiaerivo
Marina Ribeiro, personal trainer - @marinaribeiropersonal
Marileide, especialista em cabelos cacheados, @unique_hairme
Mayara Moreira, nutricionista - @mayaramoreira.nutri
Samba de Moça, banda - @sambademoca.aus
Carol Freitas, professora de samba - @sambasoulconnection
Amanda Seraphim, massoterapeuta - @massotherapy.as
Carla Firmino, maquiadora - @acarlafirmino
Michelle Reis, modelo - @miikareis
Vivi Ferreira, personal trainer e bailarina - @_vivianf

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Este podcast é uma produção independente, realizado e idealizado por Barbara dos Santos

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Manda uma mensagem pra gente!

No episódio de hoje, a entrevistada é Ana Larissa Rodrigues, @anaaalarissa, natural de Fortaleza/CE, atualmente imigrante em Sydney/Austrália.
Uma conversa sobre a sua ancestralidade como mulher negra, Ana Larissa falou sobre apropriação cultural, como trabalhar como trancista na Austrália a fez enxergar sua cultura com outros olhos, e expandir isso para outras etnias. Ainda no tema cabelos, ela comentou sobre como as pessoas negras passam por preconceitos por causa do cabelo crespo, e o quanto isso pode afetar a autoestima de uma pessoa.
A turismóloga contou como ser filha de pais separados, e ter sido criada por seu pai desde os onze anos de idade, a fez performar atitudes percebidas como masculinas na vida. Ana comentou como hoje em dia ela procura um equilíbrio entre o masculino e o feminino.
Uma conversa sobre oportunidades, paixões e muitas transições.
Esse episódio foi patrocinado por Tagarela Migration, uma agência de confiança em processos de imigração para a Austrália, sigam no instagram @tagarela_aus
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Lupa Cultural:
Rapunzel Afro, salão afro de Ana Larissa em Sydney - @rapunzel_afro_hair
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125.589
mulheresimigrantes
Olá, mulheres imigrantes! Eu sou Barbara dos Santos, paulistana da Zona Leste e imigrante em Gold Coast, Austrália, há 17 anos. A convidada deste episódio é natural de Fortaleza/Ceará. Apaixonada por aventuras, dançar e, como boa geminiana, conversar,

149.462
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turismóloga e trancista por profissão e jogadora de tabuleiro nas horas vagas, Ana Larissa Rodrigues. Seja muito bem-vinda e, por favor, se apresente melhor às nossas ouvintes. Quem é a Ana na fila do bora, bora?

155.538
Ana Larissa 
Uhum.

165.316
Ana Larissa 
Oi, oi todo mundo. Primeiramente, muito obrigada, estou muito feliz de estar aqui. Falar um pouquinho de mim, como já foi falado isso de Ceará, mas muito nova, fui para São Paulo, com 11 anos, minha mãe me enviou para morar com meu pai. Meus pais são separados, desde muito novinha. E desde os 11, eu moro com meu pai, cresci sendo criada por um pai, sem uma figura feminina, de fato ali, na parte da adolescência.

192.944
Ana Larissa 
Na parte da minha vida adulta, voltei a morar com a minha mãe, até que fui morar sozinha. Mas... Ai, meu Deus, tô um pouco nervosa, desculpa. Mas é isso. Ai, tá bom. Ai, tá bom.

205.981
mulheresimigrantes
Tá tudo certo. A gente faz a edição que precisar, se quiser. Mas tá tudo bem, tá tudo bem a gente ficar nervosa falando da gente mesma, contando da nossa história. E aí, então, a gente já vai logo para o início. Então, o que foi que te levou a sair do Brasil?

228.426
Ana Larissa 
Bom, na verdade eu nunca tive um sonho assim, nunca tinha pensado na realidade, não tinha onde estava dentro da minha perspectiva, sair do Brasil, porque não era algo que eu via no meu cotidiano, não era algo que eu ouvia falar sobre, não era algo que estava próximo ali de mim.

243.916
Ana Larissa 
Mas, como eu falei, fui para São Paulo muito nova, passei toda a minha adolescência e a minha vida adulta em São Paulo também, os 12 anos antes de eu vir para a Austrália, morei em São Paulo. Então, foi quando eu me entendi, tipo, gente, lá encontrei o meu marido, que ele me trouxe essa perspectiva de, poxa, a gente poderia ir para a Austrália. Na realidade, ele não sabia muito bem para onde ir, foi pesquisar. Isso, na realidade, iniciou como sendo um sonho dele.

270.145
Ana Larissa 
E eu meio apreensiva, meio sem saber muito o que era, como ia ser, aquele medo todo. Com o tempo fui aceitando a ideia, até que a gente decidiu que eu viria junto, e eu viria junto com ele. E nesse meio tempo eu gostaria muito de ter ido para Dublin, era uma vontade que eu tinha, tinha um amigo que estava lá, então aquela coisa, você vê um amigo lá, como se soasse um pouco mais fácil, um pouco semelhante.

297.039
Ana Larissa 
Mas dentro das nossas pesquisas, dos nossos gostos, meu marido odeia frio. Eu também não sou muito fã, mas ele odeia frio. A gente estava procurando algo muito parecido com o Brasil. Foi quando a gente encontrou a Austrália que, falando em clima, é muito parecido com o Brasil.

315.401
Ana Larissa 
Todo mundo dizia que aqui o pessoal é muito receptivo, então de acordo com que as informações que foram apresentadas pra gente, a gente foi, não, então beleza, vamos pra lá. E aí decidimos que seria a Austrália, a princípio Brisbane, mas quando eu pesquisei um pouco sobre Brisbane, era um pouquinho mais interior, uma coisa mais parada, né?

336.254
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para quem vem de São Paulo, direto para cá.

341.186
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e tá procurando algo similar no nível, assim... Quero o mesmo padrão de facilidades que uma cidade grande, uma metrópole tem. Brisbane é um grande choque. Pra quem tá procurando, tipo, nossa, eu preciso sair desse lugar que eu preciso dar uma desacelerada, mas ainda ter as facilidades de uma cidade grande, aí Brisbane atende o pedido.

356.852
Ana Larissa 
É. Sim, e foi justamente isso que foi apresentado. Daí quando eu ouvi, eu falei, cara, eu não me vejo morando em um lugar mais quieto, mais sossegado. Como eu falei, metade da minha vida foi em São Paulo, e quem conhece São Paulo sabe, a loucura.

385.265
Ana Larissa 
Deixa o lado direto vazio, do trem, das escadas rolantes. Entendeu a correria e eu sempre trabalhei muito desde cedo. Então eu me assustei com o fato de, po, agora vamos para um lugar supercalmo. E aí comecei com o meu marido e convenci ele de escolher Sydney. A gente escolheu Sydney juntos e desde então estamos aqui, desde 2022. Nós chegamos em novembro de 2022 aqui.

414.104
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E era um plano vocês virem pra cá antes da pandemia? E foi algo que teve que ser colocado numa pausa? Ou foi durante a pandemia que essa ideia entre vocês dois foi crescendo mais?

430.384
Ana Larissa 
Antes da pandemia existia um falar sobre, eu já ouvia ele falando sobre e aí tá, a gente sabe que existe a Austrália e um intercâmbio ali, um lugar para ir ou enfim, algum lugar. Mas durante a pandemia foi quando deu o estalo assim, a gente falou

450.708
Ana Larissa 
Por que não, né? As fronteiras fecharam, houve ali o processo também de pagamento de... Porque é tudo novo, então a gente tava sendo bombardeado com um monte de informação nova, né? Então, durante a pandemia a gente foi pagando, foi obtendo tudo de informação que a gente precisava

470.538
Ana Larissa 
para conseguir vir, e aí a gente veio pós-pandemia, assim que as fronteiras abriram. Nosso visto foi aprovado em segundos, aplicou. Deu dois segundos, foi aprovado, foi imediato. E meses após a aprovação, a gente já estava aqui. Então foi muito rápido, foi tudo muito... Um relâmpago, assim.

494.701
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E aí eu te apresentei como tanto turismóloga quanto transista. Essa transição de carreira aconteceu por conta da Austrália ou você já ocupava essas duas profissões enquanto que você estava no Brasil?

500.819
Ana Larissa 
Sim. Posições. Não, não, isso já sou eu, Ana Larissa, digital do Brasil. Eu iniciei a vida profissional num cartório, que não tinha nada a ver, mas era o meu primeiro trabalho.

526.084
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Não!

527.483
Ana Larissa 
Então, tipo, foi a primeira oportunidade que me apareceu e eu abracei, eu era jovem aprendiz. E aí, nesse período de ser jovem aprendiz, eu passei com bolsa, bolsa 100%, na UNIP, por turismo. E eu já tinha feito turismo na ETECH, turismo receptivo, era guia de São Paulo, inclusive, mas não tinha exercido.

548.114
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Ai, que saudade, gente! Eu adorava isso! Se eu tivesse ficado no Brasil, trabalhar com turismo receptivo para turista internacional era muito uma coisa que eu queria.

560.094
Ana Larissa 
É apaixonante. Eu era assim... Eu gostava... É porque eu fui muito jovem, né? Eu me formei até que eu era muito jovem. Então, vamos buscar pelo primeiro emprego. Não me foi apresentada oportunidade dentro do turismo ainda. Então, a primeira oportunidade foi dentro de um cartão. Mas eu olho isso muito com um olhar de tipo, foi o meu primeiro step, sabe? Poxa, o meu primeiro degrauzinho ali para iniciar a minha vida profissional, porque era o que eu queria. Eu queria trabalhar, tipo, para ter assinado. Eu queria já começar ali uma carreira muito jovem para

588.012
Ana Larissa 
Porque a gente ouve muito no Brasil, você inicia cedo ou você acaba cedo, você termina cedo. Então esse era mais ou menos o meu pensamento. E aí...

593.439
mulheresimigrantes
Bom ponto!

598.046
Ana Larissa 
Nesse emprego, eu passei nessa faculdade e comecei a cursar. E a faculdade exige que você estagiei, que você trabalhe na área. Foi quando eu comecei a pesquisar sobre empresas de cruzeiros, hotéis. Fiz tanta entrevista em hotel, gente que eu lembro de cada uma. E eu nunca passava, eu não sei o que acontecia. Não passava. Até que houve uma demissão em massa.

624.923
Ana Larissa 
na empresa que eu trabalhava, e aí eles estavam pedindo voluntários para serem demitidos. E aí eu falei, cara, eu já estou na metade da faculdade, preciso buscar outras áreas. Tinha muita gente que precisava muito mais ali, eu ainda morava com meu pai nessa época.

642.346
Ana Larissa 
Falei, vai muita gente ser demitida, então que eu vá nessa leva que passa fome, eu não vou. E aí, conversei com a minha chefe, ela falou, ai, tá bom, certo. Me demitiram, e aí eu lembro que era uma quarta-feira, na sexta-feira, eu recebi uma ligação de uma vaga que eu tinha aplicado há muito tempo atrás na companhia Gol, Linhas Aéreas. Que estava dentro ali da minha carreira, né, de turismo, óbvio.

665.009
Ana Larissa 
E aí foi a minha primeira oportunidade, antes de eu vir para a Austrália, eu ainda estava trabalhando lá na Gol, e desde então fui desenvolvendo a carreira de turismóloga dentro da empresa, né, e eu sou apaixonada pela aviação, aviação inclusive é uma das minhas metas aqui na Austrália.

680.998
Ana Larissa 
Daqui a pouco, não agora. E nesse meio tempo eu... Como eu posso falar? Flipava. Eu fazia junto a minha vida de transista dentro da minha casa. Eu montei um estúdio dentro da minha casa, comecei os meus atendimentos. Como transista, eu iniciei em 2018.

704.155
Ana larissa 
Então foi algo ali, tipo, ah, poxa, é uma área boa. Eu sou uma pessoa que trabalho muito com mãos, então eu gostava, desde pequenininha eu gostava de costurar, fazer crochê para as minhas barbes. Tipo, eu sempre trabalhei, gostava muito de aquela massinha de modelar que endurece. Esqueci o nome agora, meu Deus. Enfim, eu amava essas coisinhas assim de artesanais.

727.09
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Nossa, gente. Eu nunca fui muito a criança, o adolescente ou adulta dos trabalhos manuais, não sei que seja cozinhar, mas essa coisa do tato, do cuidado com o cabelo, saber escovar, saber fazer umas coisinhas, o negócio que você falou do crochê, nunca foi muito no meu ramo.

738.592
Ana larissa 
Certo!

751.237
Ana larissa 
Essa sempre fui eu. Desde pequenininha eu sempre tive essa aptidão mesmo, essa facilidade com as coisas artesanais. E quando eu vi, foi engraçado, a minha vida na transa começou com eu sendo transada. Eu como mulher preta comecei a fazer transição, meu cabelo cortei, então eu falei, poxa, a transa pode me ajudar. Conheci uma transista muito jovem, minha amiga Gabi,

776.937
Ana larissa 
virou minha amiga, amiga até hoje, e aí ela virou a minha trancista. E a gente conversando, ela falou, você deveria fazer isso e não sei o quê, eu morava com o meu pai, queria uma renda extra. Eu falei, por que não? A gente foi fazer um curso juntas, ela apreciou e aprimorou eu para iniciar a carreira. E me apaixonei, foi uma paixão, assim, a primeira vista. Depois eu comecei a fazer outros cursos. Uma das coisas que mais me cativa dentro da minha profissão de trancista é

803.985
Ana larissa 
A transformação, trabalhar com a transformação e principalmente transformações de mulheres. Eu trabalho muito com autoestima. Muitas mulheres que fazem as transas, meu Deus, quase não saem. Por favor.

817.637
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Gente, a gente tá gravando numa sexta-feira, 8h45 da noite, tá? Então dá um desconto pra nós duas que tá as duas daquele jeito.

828.422
Ana larissa 
Perdão! Essas pessoas que estão passando pela transição, elas passam por um processo... Eu passei pela transição, então com experiência própria, por experiência própria, a nossa autoestima é muito abalada, assim, é muito...

846.674
Ana larissa 
mexida, né? A gente, poxa, é muito acostumada a ver a beleza nos cabelos longos. Antigamente, hoje isso vem se quebrando, mas a beleza nos cabelos lisos, né? É difícil a gente conseguir ver a beleza no cabelo cachado, no cabelo crespo. E aí, dentro disso,

861.783
Ana larissa 
Com a trança, eu usei ela para passar a minha transição, e hoje eu transformo a vida de mulheres que também estão passando por transição. E aí sou apaixonada por essa transformação, por ver como as mulheres cheiram e como elas saem. Até mesmo os homens, não só por transição, mas toda essa transformação de imagem pessoal, como a pessoa se olha e como ela se vê pós trança, pós um aplique de cabelo, pós uma lei aplicada,

889.514
Ana larissa 
qualquer procedimento que eu possa estar fazendo. Mas é isso, essas são as minhas duas paixões hoje, a aviação dentro do turismo e a trança que é hoje o meu carro-chefe, é o que me mantém minha vida financeira em pé. Isso!

904.94
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E aí, no momento, a profissão de transista é o que está sendo a sua profissão também em Sydney. Como que é um pouco esse mercado de transas na Austrália e você vê que a sua clientela é 100% brasileira, ou mesmo até dentro da comunidade brasileira,

932.244
mulheresimigrantes
São só mulheres negras ou tem alguma mulher branca ou simpatizante? Se eu não me engano, um dia desses eu vi uma mulher asiática nos seus stories de ter feito trans, ou eu estou ficando louca?

945.196
Ana larissa 
Não, ela é minha melhor amiguinha daqui, é de pica, foi o aniversário dela, a gente fez uma trança muito linda. Sim, sim. Mas então, dentro desse assunto, lá no Brasil eu trabalhava com os dois. Quando chegou aqui, eu não tinha a oportunidade de trabalhar como turismo Olga, e eu fui buscar no cleaner, que a gente chega e já vai pro cleaner, vai pra qualquer coisa que aparece pra gente começar a fazer dinheiro.

970.35
Ana larissa 
E aí, com quatro meses de clínica, eu vi que o meu inglês não estava desenvolvendo. Porque a gente entra em casas vazias, limpa e sai da casa vazia. Você não tem contato com o mundo do inglês, com o inglês em si. E aí, eu vi que, poxa, eu estou indo para a escola, mas não estou evoluindo. Porque vivo com meu marido falando português em casa, nossos amigos, nossa bolha é brasileira, querendo ou não.

993.916
Ana larissa 
E aí foi quando eu decidi sair do Kleener e fui atrás de salões. E daí eu fui pra Newton, que aqui em Sydney é um bairro de referências, né, de... Como que eu posso falar? Alternativas. Então tem tatuagem, tem piercing, tem trança, tem twist, tem dread, tem bazar, muito bazar. É um bairro muito legal, bem alternativo. E aí fui lá, batei porta em porta, entreguei.

1018.78
Ana larissa 
meu currículo, fiquei mostrando as minhas páginas, até que eu fui contratada dentro de um salão de transas africanas. Os chefes eram africanos, as funcionárias também. Eu não falava absolutamente nada de inglês, mas eles me contrataram pelo talento, por fazer a trança em si. E aí ele foi me desenvolvendo e aí eu comecei a ver que, sim, o público

1042.139
Ana larissa 
majoritariamente preto. Mas tem muito asiático, tem muita gente branca que faz também. É assim, a Austrália é muito mixada, né? Assim como o Brasil, muito miscigenado, mas no caso do Brasil tem toda uma questão histórica que é essa questão imigratória. Então a gente faz com a Bela de gente de todo o planeta, quando você está conversando, eu sou muito falante. Então eu estou ali fazendo a trança, falando com

1065.23
Ana larissa 
As pessoas vão descobrir que eu sou da Mongólia, de Nepal, da Europa, então de todos os lugares. Aqui eu sinto que é muito mais pessoas pretas, mas que tem as pessoas das outras nacionalidades. Dentro do meu ramo hoje, da minha bolha,

1083.473
Ana larissa 
São a maioria brasileiras, porque é onde a gente divulga, a gente vai lá, papo calcinha, vai lá, brasileiros em Sydney, né, onde a gente tem a nossa comunidade. Mas o boca-a-boca, eu vejo que o boca-a-boca leva a gente muito longe, então hoje eu também tenho clientes gringas aí espalhadas pela Austrália e elas vão falando pra um pra outro, um pra outra, e eu sinto que isso vem crescendo bastante. Mas hoje, inicialmente, eu atendo muito mais mulheres brasileiras e muito mais mulheres pretas.

1110.401
Ana larissa 
Mas não só mulheres pretas e não só brasileiras, né? Até não é uma mixagem. Onde do lado ou no Crespo? Crespo?

1117.841
mulheresimigrantes
Inclusive, um pouquinho antes de eu começar a gravar com você aqui, eu estava mostrando para a minha cunhada de 14 anos, ela tem o cabelo cacheado. Cachado não, o cabelo dela está ali no... Ai, gente, eu esqueci a palavra que eu queria falar. Está ali na borda entre um e outro. Não é essa palavra borda, mas enfim.

1142.108
Ana larissa 
certo! e aí, grita mais! hum...

1144.377
mulheresimigrantes
E eu tava mostrando o seu trabalho, porque eu tava falando, ah, eu vou gravar hoje à noite, tá? Até, inclusive, mandei a foto de uma que ela pediu pra mandar, que ela se apaixonou e pediu pra próxima vez que a gente for pra Sydney pra ver se rola. Ela gosta muito de trance. Ela falou que só que da última vez que ela fez doía muito a cabeça, mas que ela gostou muito.

1172.722
mulheresimigrantes
E eu confesso que as suas fotos são um pouco diferentes das tranças, entre aspas, tradicionais,

1186.169
mulheresimigrantes
que eu já vi. E eu não consigo explicar, gente, então vocês vão ter que entrar no Instagram da Ana Larissa pra vocês poderem ver, mas assim, tem vários modelos e tipos, mas tem uns que não é a trança inteira, né, parece que tipo tem um pouquinho de cabelo. É, gente, que coisa mais linda!

1202.312
Ana larissa 
uns cachos e isso, é muito obrigada esse modelo ali na verdade é box brand, são tranças soltas inclusive que eu estou usando agora, vocês não vão ver, mas estou usando agora elas são tranças com cabelos cacheados, aplicados no meio entre as tranças

1215.026
mulheresimigrantes
Ah, isso é maluco, não é?

1223.575
Ana larissa 
e chama godness braids, as tranças dos deuses, é tipo um dos modelos hoje que mais sai, inclusive eu importo cabelo do Brasil, hoje eu trabalho com cabelo brasileiro, cabelo de qualidade brasileira, não trabalho com os cabelos daqui.

1239.428
Ana larissa 
Porque são muito diferentes. Foi uma puta dificuldade que eu tive quando eu cheguei. Saber fornecedores, encontrar bons materiais. Porque não basta você ter uma técnica se você trabalha com material ruim. Assim como se você tem um material bom e você não tem uma boa técnica. Tem que ser o conjunto. E aí hoje eu trago os cabelos do Brasil. E é quando eu faço esse modelo godness birds que eu sou apaixonada.

1263.37
Ana larissa 
Então, vão lá mesmo, arrabar com o Zé Ophiel Hare. Dá uma olhadinha nas fotos e muito obrigada pelo elogio.

1270.043
mulheresimigrantes
Não, sério. Depois eu vou te mandar a foto que eu mandei, que foi o modelo que ela apaixonou e eu também achei lindo demais. E é continuando nesse papo de cabelo e de não só mulheres negras contratarem o seu serviço. Queria saber qual que é a sua opinião sobre, principalmente, mulheres brancas

1293.524
mulheresimigrantes
e brancas, loiras, padrão e afim, fazendo esse tipo de... A gente não é penteada a palavra, o que é que é? Enfim...

1301.391
Ana larissa 
serviço de trânsito de serviços prestados é penteados africanos não relaxa vamos lá bom eita assíduo polêmico

1305.947
mulheresimigrantes
De dança. Nossa, gente, coitada de mim hoje. Você vê isso como apropriação cultural ou qualquer... Eu sei que é um assunto possivelmente polêmico, mas eu sei que, tipo, né, inúmeras pessoas têm visões diferentes sobre o assunto, e ainda mais uma pessoa da área, né, que faz isso. Queria saber um pouco do que você acha.

1334.667
Ana larissa 
Tá, vamos lá. Bom, a minha opinião não é sigilosa, é que todas as minhas clientes sabem, todo mundo que senta na minha cadeira e me pergunta sobre, eu sou muito aberta. E eu penso assim, trans é pra ser feito em cabelo, e cabelo tem na cabeça de todo mundo. Desde que ele tem o comprimento adequado, que eu consiga transar, eu vou lá e vou transar. Eu sou a favor de ter dinheiro no meu bolso, eu não seleciono quem eu vou transar e quem eu não vou transar.

1360.299
Ana larissa 
Obviamente a trança traz uma ancestralidade, ela tem toda uma história a ser respeitada, pesquisada, entendida. Mas hoje eu olho isso com um olhar de muito...

1374.326
Ana larissa 
como eu posso dizer, de muita felicidade. Hoje nós, pessoas pretas, estamos começando a galgar vagarosamente o nosso espaço na mídia, nosso espaço como

1390.862
Ana larissa 
de visibilidade, pra ser honesta. Então, hoje, você sendo uma pessoa branca, você sendo uma pessoa de qualquer outra etnia, e você olhar uma trans, se você achar isso bonito e querer no seu cabelo, eu não consigo olhar isso com olhar de ofensa. E eu, como transista, sabendo que é isso que traz o pão de cada dia pra minha mesa, jamais você, como transista, aqui fala, ah, eu não atendo, só atendo pessoas pretas. Apesar de eu respeitar quem tem essa opinião,

1419.002
Ana larissa 
Porque eu acho que muito das nossas atitudes, muito do que a gente decide para a nossa vida, seja pessoal ou profissional, ela vem de bagagens que a gente viveu, que a gente vem carregando. Então, eu entendo quem só atende pessoas pretas e só quer ver pessoas pretas com tranças, mas eu não tenho essa opinião e eu sou mais aberta. Eu acho que é como eu falei no começo, gente, tem cabelo, dá para trançar, eu tranço.

1444.974
Ana larissa 
Isso que alimenta a minha família, isso que alimenta a minha casa, é isso que está me ajudando a conquistar novos sonhos aqui na Austrália, então eu não escolho quem eu vou trançar. Obviamente, eu exijo respeito. Eu costumo falar muito com os meus clientes que a minha cadeira é uma cadeira. Não que esse seja o meu dever, não que esse seja a minha obrigação, mas eu tenho prazer em ensinar, eu tenho prazer em ouvir muitas mulheres, até mesmo pessoas pretas, muitas pessoas que cresceram ouvindo

1474.974
Ana larissa 
termos racistas, as pessoas propagam, então muitas clientes minhas, pretas, sentam aqui, porque meu cabelo é duro, porque meu cabelo é ruim, então até mesmo para as pessoas pretas eu sempre me coloco nessa posição de, opa, pera seu cabelo não é duro.

1492.363
Ana larissa 
Seu cabelo não é ruim, não existe um cabelo ruim, não existe um cabelo bom, um cabelo, enfim, duro, um cabelo mole. Os cabelos têm texturas e as texturas são liso, ondulado, cacheado, crespo. Essas são suas texturas. Você não vai sentar na minha cadeira e falar que seu cabelo é duro ou que seu cabelo é ruim.

1513.387
Ana larissa 
Porque quando você fala que o seu cabelo é ruim, a gente determina que existe um cabelo bom. E qual é o cabelo bom? Quem definiu que esse cabelo é bom? Então eu gosto de estar nesse lugar de... Se você vai sentar na minha cadeira, vou te ensinar o que vocês têm no cabelo, desde que você tenha cabelo. Mas se você...

1530.275
Ana larissa 
precisar ouvir alguma coisa, ou aprender alguma coisa, porque muitas vezes a gente só replica o que a gente ouviu. Eu vou estar ali pra fazer, eu não sou o tipo de pessoa que vai atender a pessoa branca, a pessoa vai falar atrocidades, eu vou ficar, aham, aham, porque você tá me dando dinheiro. Não, não é assim. Eu vou trançar, não tenho nenhum problema com isso. Mas se ali, numa conversa, eu ver que a pessoa tá falando alguma coisa de ruim, ou, enfim, tá sendo racista, ou tá sendo preconceituosa,

1555.367
Ana larissa 
seja para o racismo, seja para a homofobia, seja para o que for, para causas que eu defendo, para causas que eu acho que são importantes, eu vou me posicionar. E aí eu acho que isso também é um lugar de ensinamento, né? Então é isso.

1568.234
mulheresimigrantes
Não, muito bom. E aí a minha opinião, gente, meu cabelo só é duro quando eu saio do mar, porque socorro, não existe um cabelo que fique bom quando saia do mar, que aquela água de mar deixa qualquer cabelo duro. E cabelo ruim, gente, é cabelo que não está hidratado, tá? Apenas. Um cortinho. Corto as pontinhas de cabelo, que olha, gente, uma boa hidratação. Pronto, qualquer cabelo.

1588.49
Ana larissa 
Muito bem, muito bem colocada. Resolve tudo. É isso. Não é sobre texturas, não é sobre cores, não é sobre copos, né?

1598.089
mulheresimigrantes
reaviva, que é uma beleza.

1606.374
Ana larissa 
o que é bom, o que é ruim. Isso foi definido lá atrás, mas a gente precisa quebrar esses parâmetros já criados, né? A gente precisa ressignificar. Hoje eu trabalho muito com essa questão da beleza da mulher preta, da autoestima da mulher preta. Eu tenho clientes agora, tipo, que posso falar, semana passada saíram.

1625.265
Ana larissa 
da minha cadeira, do meu atendimento. Ah, porque como que eu vou usar? Como que isso? Como que aquilo? Então, assim, ainda é um assunto muito sensível, ainda está sendo desenvolvido em muitas mulheres esse auto-amor, esse amor próprio, esse amor. A gente olhar para nós com amor. Nós olharmos para pessoas parecidas com a gente e falar, poxa, eu acho isso bonito. Inclusive, custa a gente trazer um...

1652.944
Ana larissa 
Uma situação que aconteceu comigo, não vou dar nomes em nada, mas eu tive uma amiga que foi sentada comigo assistindo uma série, Bridgerton. A rainha tem um cabelo bem... Se vocês não assistiram, dá um olhadinho só pra vocês entenderem a referência. Na série Bridgerton, a rainha é uma mulher preta e ela tem um cabelo bem crescido, bem alto, bem volumoso. E aí a minha amiga falou, ah meu, mas essa série com esse cabelo, tipo, olha isso, não sei o quê. Do meu lado, a gente não tava em atendimento, não tava nada. E ali foi um momento que eu...

1682.909
Ana larissa 
Me senti à vontade para falar, pera, sim, eu sairia se esse fosse o meu cabelo. A gente precisa entender que essa sua fala foi racista, porque se você não saía com esse cabelo, com qual cabelo você sairia? O que é aceito por você e o que não é? Será que isso veio de você ou se isso foi implementado pela sociedade desde que você é muito novo? Então, só para dar um contexto aí de que não somente em atendimentos, mas eu acredito que todos nós devemos

1710.725
Ana larissa 
nos posicionar, né? Brancos ou pretos, seja anti-racista. Você não precisa ser preto pra ser anti-racista. Você pode ser anti-racista sendo do jeito que você é preto, amarelo, azul, rosa, branco, né? Seja aí se posicionando contra qualquer tipo de agressão aí a nossas raças, enfim.

1730.503
mulheresimigrantes
Eu fui dar um Google aqui agora, gente, pra ver, porque eu confesso que eu não sou muito fã desse gênero que é coisas de época. Nunca fui muito fã. Mas fui olhar agora, gente, que mulher linda, que cabelo maravilhoso. E aí, sabe o que eu me peguei pensando? É...

1742.602
Ana larissa 
Cérito.

1754.224
mulheresimigrantes
Por exemplo, artistas, então assim, atrizes mulheres, brancas, bem mais velhas, que têm aquele cabelo também, é liso, mas é volumoso, que vão até com o pentezinho desfiar, que não sei o quê, para ficar com aquele cabelão volumoso, né? Então, tipo a...

1769.224
Ana larissa 
E aí, gente? Mais alguma coisa?

1782.398
mulheresimigrantes
Aracy Blah Blah Blah Blah, que fazia o side baixo, que esquecia o nome dela. Tem várias atrizes aí mais velhas que usam esse tipo de cabelo. Então, qual que é a diferença entre o cabelão volumoso da caçandra do side baixo aí e da rainha da Queen Charlotte aí maravilhosa?

1808.114
Ana larissa 
Exatamente, eu acho que tudo sim.

1810.111
mulheresimigrantes
em questão de volume, de tamanho do cabelo fora da cabeça, não tem nenhum.

1816.152
Ana larissa 
Exato. Tudo é uma questão de representatividade, tudo é uma questão de você olhar. Por muitos anos, não era ensinado para nós que o nosso cabelo era bonito, que o nosso cabelo... Nós não víamos na televisão, nós não víamos nos shows, nós não víamos nos famosos. E os que tinham, eles se transformavam para poder se encaixar ali no padrão. Então, é algo que eu acho que a gente ainda está aí no início, vagarosamente jogando.

1843.285
Ana larissa 
que precisa ser combatido, que é essa definição, do que é bom, do que é ruim, do que é bonito, do que não é, do que é aceitável, é o seu cabelo, é como você nasceu, o seu marismo é lindo, tem uma música inclusive do...

1846.578
mulheresimigrantes
Uhum.

1856.886
Ana larissa 
D.W., que ele cantou no The Voice, que ele fala justamente isso, seu nariz é lindo, seu cabelo é lindo, a sua cor é linda, a sua pele é linda. Então eu sou muito a favor desse movimento aí, trope, pra te se amarem, porque a gente já passou muitos anos nos odiando, né, odiando uns aos outros. Nós nos odiamos, nos odiávamos por sermos como nós somos e odiávamos aos outros, parecidos conosco. E isso é muito triste, né, isso precisa acabar.

1886.869
mulheresimigrantes
Enquanto você falava isso da representatividade, vendo essa imagem desse cabelo aqui, eu me lembrei. Quando eu era adolescente, em uma certa temporada da malhação, que era o auge do que a gente assistia, tinha uma menina que... Gente, eu esqueci o nome dela completamente, porque faz muitos anos, faz uns 20 anos isso daí.

1916.391
Ana larissa 
Ahahah!

1918.183
mulheresimigrantes
E ela era uma menina negra, alta, que tinha um cabelo bem comprido também e muito volumoso. E eu talvez acho que ela ficou a temporada inteira. E o começo da temporada ela usava o cabelo solto. E era um puta de um cabelão volumoso pra caramba, chamava muita atenção.

1947.21
mulheresimigrantes
do meio pro final da temporada, ela continuava com o cabelo cacheado. Mas o cabelo dela era preso. E feio o jeito que prendiam o cabelo dela, porque não faziam um penteado, não faziam um coque, não faziam, sabe? Não. Sim! E ficava feio, porque assim, você via que... Sabe, ela ficava mais murcha de...

1962.591
Ana larissa 
É... Provavelmente só baixo. Prendi porque... Ela não podia ser ela mesma. É só brincadeira.

1977.398
mulheresimigrantes
Gente, qualquer mulher, não importa o seu tipo de cabelo, mas um dia que a gente está se sentindo com o cabelo bonito, a gente fica grande, fica com aquela coisa, com aquela presença. Gente, aquela menina com aquele cabelo preso, murcho, era outra

1997.517
Ana larissa 
Até outra atriz se torna outra.

2001.13
Ana larissa 
É muito engraçado. Esse é um dos exemplos, né? Esse é um dos exemplos que a gente pode estar citando. Eu, por experiência própria, dentro da companhia que eu trabalhei lá no Brasil, eles tinham um manual de apresentação pessoal. E dentro desse manual eles estipulavam as cores dos seus esmaltes, enfim, várias coisas. E uma das estipulações era que se o seu cabelo estivesse acima do ombro,

2030.265
Ana larissa 
você podia usar solto, mas se ele passasse do seu ombro, se ele estivesse abaixo do seu ombro, você teria que prender. Por uma questão de segurança, nós trabalhávamos no solo da operação de voo, então tinham esteiras de bagagens, tudo isso por questão de segurança. E aí eu lembro, eu tinha acabado de entrar, assim, era o sonho, eu estava ali iniciando aquela carreira de turismo, meu Deus, meu sonho, entrei na maior companhia.

2041.169
mulheresimigrantes
Uhum.

2054.616
Ana larissa 
E aí, super feliz, com o meu cabelo, maravilhoso. Tava com aquele black com bem solto acima, porque quem tem cabelo cachado entende, né? Quando ele seca, quando ele tá molhado ou liso, baixa na bunda. Quando ele seca, ele sobe. E aí ele tava super curtinho, super definido. E aí...

2073.712
Ana larissa 
Eu lembro que eu entrei lá para trás e uma supervisora me chamou e falou assim... Oi, tem como você prender o cabelo? Aí eu olhei e falei assim... Por quê? Aí ela está muito armada. Prende, acho que vai ficar melhor. E cara, hoje é engraçado a gente falar sobre isso porque eu me arrependo tanto de ter me calado. Eu simplesmente prendi. Eu estava bem perigoso dos sonhos, imagina. E contrapolou uma supervisora. E aí me calei e prendi o meu cabelo e fui para a operação. Esse dia passou.

2104.592
Ana larissa 
Mas eu nunca vou esquecer, nunca vou parar de sentir raiva, porque eu queria muito naquele dia ter questionado, ter trazido o manual, mas no manual, meu cabelo está acima do meu ombro, o que que... Ai, está armado demais, mas ele é armado, o que que você sugere que eu faça, Lizzie? Então, assim, eu... É o mais um exemplo que a gente traz de repressão, de, poxa, se não é liso, se não é baixo, se não está...

2129.275
Ana larissa 
alinhado com os padrões que a gente já conhece aí por muitos anos, é imprimido.

2136.391
Ana larissa 
é apontado. Mas é como eu falei, durante a minha vida, enquanto eu viver, eu vou lutar contra isso, eu vou me posicionar contra isso. Naquele dia eu era uma menina, naquele dia era o meu primeiro emprego, mas não mais, sabe? Isso não vai acontecer de novo. E aí eu gosto muito de ter esses assuntos, esses papos assim, com as minhas clientes também, para empoderar, né? Eu costumo falar para os meus amigos que o mundo não está preparado para os meus filhos.

2167.351
Ana larissa 
Porque os meus filhos vão se amar. Eles vão ver os pais deles se amando. E eles vão se amar. Eles vão amar a cor do cabelo, a cor da pele, a cor do olho, o tamanho do nariz. Eles vão amar as tranças. Sabe? Então eu uso essa brincadeira. Eles não estão preparados para a Mini Ana Larissa, para o Mini Luizinho que vai andar na rua.

2190.503
Ana larissa 
sabendo do seu poder, sabendo da sua beleza, sabendo da sua competência, porque muitas vezes a forma como o seu cabelo está, muitas vezes a cor da sua pele, infelizmente bate de frente com o questionamento do quão competente você é. E isso é, ainda existe e é muito triste. Então, nós temos que bater isso aí.

2213.029
mulheresimigrantes
E aí, como foi para você então crescer, igual você mencionou, sem ter essa referência feminina dentro de casa? Como que isso ajudou ou atrapalhou, de certa forma, a sua formação como indivíduo, como mulher?

2235.708
Ana larissa 
Nossa, foi muito complicado na realidade, né? Porque nós mulheres que passamos aí pela adolescência, que vem a menstruação, vem os primeiros namoradinhos, vem toda aquela questão.

2251.442
Ana larissa 
Foi muito difícil porque eu constantemente sentia que eu não estava sendo entendida, apesar de ter um pai, que eu tenho certeza que deu o melhor para fazer o que ele podia. Quando a gente foi para São Paulo, saindo do Ceará para São Paulo, foi o meu irmão do meio.

2271.596
Ana larissa 
E aí meu pai estava ali de braços abertos, ele não tinha muito o que fazer, mas eu lembro de ter passado essa fase da menstruação, ele não sabia muito o que fazer, ele tinha várias namoradas, e aí ele pediu ajuda para as namoradas, eu lembro que ele comprou diversos absolventes, e ele falava, olha, você tem que usar todos e ver qual que é o melhor para você, o pai trouxe. Então faltou aí esse tato, né, Tavinho, com a feminilidade.

2299.206
Ana larissa 
E eu vejo isso refletindo na minha vida até hoje, assim. Eu me sinto, infelizmente, apesar de estar tentando transformar isso um pouco, eu ainda me sinto uma mulher muito masculina, no sentido de ser a pessoa que toma decisões, ser a pessoa que decide, ser a pessoa que faz e acontece, se quebrou, eu vou lá e arrumo. Porque antes mesmo da separação com a minha mãe, eu cresci vendo, porque a minha mãe foi mãe só, os meus pais se separaram, então eu vi minha mãe sendo essa mulher. E aí, quando eu me separei dela, eu precisei ser essa mulher.

2328.353
Ana larissa 
Eu vejo isso muito hoje na minha vida adulta, hoje eu sou casada, mas eu entendo e procurei não ser tanto, porque eu acho importante

2339.974
Ana larissa 
A mulher ser feminina, assim como ela também tem que ter os seus pontos masculinos, eu acho que a gente também não vai virar umas mulheres bananas, mas eu acho que a gente tem que buscar o equilíbrio aí entre esse masculino e esse feminino. Mas esse é o maior reflexo que eu vejo dessa separação dos meus pais. E já tenho morado sozinha com meu pai desde os meus 11 até aí meus 17 anos.

2364.667
Ana larissa 
me tornou uma pessoa mais masculina, mas se eu não fizer, ninguém vai fazer, né? Sim.

2374.599
mulheresimigrantes
e aí falando então um pouco sobre os seus hobbies que uma das coisas que você falou que você gosta muito de dançar e eu vejo muito que você tá sempre em eventos de música

2392.858
mulheresimigrantes
aí em Sydney, qual que é a importância que a música tem na sua vida aí? Você tem alguma aptidão aí para música? Gostaria de seguir uma carreira aí ou só fica no campo do hobby? Virar uma dançarina do Faustão, quem sabe?

2406.067
Ana larissa 
Não, é só no campo do Rob mesmo. Na realidade, quando eu era... Olha lá quem dera. Na realidade, eu já fui dançar ainda, mas quando eu tinha 14 anos, dos 14 aos 16, eu fiz balé, sempre fui apaixonada pela dança mesmo, amava fazer meus quadradinhos, sempre fui apaixonada por me movimentar.

2430.162
mulheresimigrantes
Não!

2431.988
Ana larissa 
E aí, com 16 anos, eu fui pra igreja, evangélica, e aí eu comecei a dançar dentro da igreja. Foi uma época bem forte, assim, da parte da dança, porque eu dançava ali nos cultos, era muito gostoso. E sempre tive essa ligação. Quando eu entrei num processo, no meu primeiro processo de emagrecimento, eu falei, cara, eu tenho que juntar isso com o que eu amo, que é a dança. Comecei a botar uns zumbas, uns axé. Vou dançar, vou aqui. Então é o que eu gosto, é algo que me dá prazer. Se eu faço, me faz feliz, sabe?

2461.476
Ana larissa 
Mas tá só no lugar mesmo do hobby, não pretendo trabalhar com isso. Então... Sim, graças a Deus.

2467.824
mulheresimigrantes
Olha pelo menos as tranças pelo jeito elas estão fazendo um ótimo trabalho. E pensando

2478.097
mulheresimigrantes
Na Larissa, assim, de hoje, vendo o tanto que você já conseguiu conquistar e chegar em lugares que, né, na Larissa de 15, 20 anos atrás, que nem pensava que existia uma possibilidade, como que você, se você pudesse voltar ao tempo e chegar, tipo, na Larissa ali de 10 anos e contar pra ela como que é o futuro,

2508.456
Ana larissa 
Não. Ela, com certeza, não acreditaria. Não, ela não acreditaria. Não era algo dentro de perspectiva. Não era algo palpável. Não era... Realmente, eu até falo para o meu marido, assim, tem uma música do Projota que chama Orra. E aí, uma parte dessa música, ele fala... Eu nasci onde até Eva, Daninha,

2535.998
Ana larissa 
vim, não vim, alguma coisa assim. E aí ele basicamente está querendo dizer que de onde ele veio não era, com certeza, para ele ter dado certo. Eu me sinto assim, desde muito pequena, nós precisaremos de 10 episódios para conversar sobre infância, mas assim, desde muito pequena foi muito bombardeada e com fatos muito pesados ao longo da minha vida.

2559.923
Ana larissa 
até a minha adolescência e tudo, até a minha vida adulta, eu costumo dizer que eu só passei a ser feliz e ter uma vida feliz a partir da minha vida adulta, que foi quando eu tomei as rédeas das situações, mas desde quando dependia de alguém, enfim, sempre teve muitos bombardeios e eu me sinto muito vitoriosa porque de onde eu vim, como eu vim, como me conduziram, tudo que eu assistia e absorvia,

2588.063
Ana larissa 
Eu com certeza não tinha que estar com 25 anos na Austrália, galgando uma profissão, trabalhando para mim mesma, já com tão pouco tempo aqui, desenvolvendo a língua, já falando, já tranquila.

2602.073
Ana larissa 
Tudo que eu vejo que conquistei morando com meu marido, toda essa minha vida, esse quadro pintado tão lindo, estaria numa caixinha de sonho não alcançável. Mas eu me sinto muito orgulhosa, eu tenho muito orgulho de ter feito as melhores escolhas, de ir independente das minhas situações, não ter parado, não ter desistido, sempre ter acreditado em mim mesma. Até hoje eu me sinto assim.

2627.978
Ana larissa 
Sou jovem, 25 anos, então ainda hoje se me aparece alguma coisa, porque não, eu consigo, eu posso, olha tudo. Eu sinto que depois de tudo que eu já passei na minha vida, nada pode me parar, nada pode me dizer que eu não posso, porque tudo que eu já tenho é algo que alguém lá atrás poderia falar não.

2648.609
Ana larissa 
E até ao mesmo eu poderia falar, tipo, com certeza não, isso não vai acontecer. Mas aconteceu, eu tô aqui, eu falo inglês, eu tô aí desbravando um mundo que, a princípio, me trouxe muito medo, a mais que hoje, claro, é o meu mundo. É isso, a minha vida hoje é assim. Isso me traz muita felicidade. É sério, eu sou muito orgulhosa.

2669.718
mulheresimigrantes
E quais que são os desafios em ser mulher, eu ou imigrante? Eu ou mulher imigrante negra? Aí incide, né?

2680.555
Ana larissa 
Ai, cara, eu sinto isso desde que eu cheguei. Uma diferença gritante de oportunidades para mulheres. A gente tem que estar sempre nesse campo de cleaner. Se você consegue ler o inglês, você vai para um café, você vai para o waiter. E as oportunidades para os omens aparecem. Tipo, está sempre acontecendo.

2706.578
Ana larissa 
Como mulher preta, para ser muito honesta, eu não tive nenhuma experiência ainda que me fizesse me sentir prejudicada de alguma forma por ser preta. Então eu acho que essa dificuldade existe para a mulher em si. Eu sofri isso lá no começo, a gente chegou, meu marido e eu uma semana estava trabalhando e eu demorei pelo menos umas três semanas porque não aparecia e os que apareciam, as propostas, os reites pagos por hora eram

2735.236
Ana larissa 
vamos colocar entre muitas aspas, inaceitável. A gente está aqui, a gente está disposto a qualquer coisa, mas, opa, pera lá, somos seres humanos, sabemos da nossa dignidade, da nossa capacidade, não temos que aceitar qualquer coisa.

2749.403
Ana larissa 
Mas é isso, eu acho que existe essa diferença, mas não por ser preta e sim por ser mulher. Ela é um fato. Mas também foi algo que, graças a minha skill, graças à habilidade de trabalhar com cabelos, dá uma facilitada. Porque se você trabalha com cabelos, você está na área da beleza em sí, eu não vou nem falar só de cabelos, mas se você trabalha na área da beleza, você tem essa facilidade. Tipo, você tem contato dialeto com mulheres e...

2774.582
Ana larissa 
as coisas também acontecem nesse bem. Mas se eu for parar para pensar em outro tipo de oportunidades, eu consigo ver algumas barreiras aí colocadas para as mulheres, e infelizmente.

2786.681
mulheresimigrantes
E por ser uma mulher preta, você acha que foi um ponto positivo quando você foi procurar trabalho nos salões ali em Newtown para tentar uma vaga como transista, mostrando o seu trabalho? Você acha que alguém, talvez chegando mais ou menos com a mesma skill, mas que se fosse uma mulher branca, uma mulher de ascendência asiática, você acha que teria a mesma...

2816.442
mulheresimigrantes
oportunidade?

2818.524
Ana larissa 
Na realidade, eu acho que sim. Não vejo essa diferenciação, não. Até porque essa pica que você viu, a asiática que eu fiz no cabelo, ela se tornou minha amiga desse trabalho, inclusive, desse salão. Ela já trabalhava lá. Inclusive, eu lembro que quando eu fui a primeira vez, eu fiquei olhando e falei, meu Deus, essa japonesa... a gente chama japonesa, né, gente?

2839.787
Ana larissa 
A gente vê um olhinho puxado e a gente mete um japonês. Mas assim, eu fiquei achando que essa japonesa sabe trançar. Fiquei bem assim, né? E aí, como é que ela aprendeu? Eu pelo menos não associo o Japão com tranças. Não parece algo muito familiar. E aqui eu falei, nossa, olha só, ela trança. Hoje ela trança o meu cabelo, tá?

2861.613
Ana larissa 
Ela é uma ótima trancista. E eu vejo que eles não têm muito essa diferenciação, não. Inclusive, já foram outras meninas lá, brancas, que trabalham lá. Já trabalharam e trabalham lá. Eu acho que eles estavam mesmo ali dispostos à skill. Eles estavam precisando de uma funcionária que fizesse transe lá, estava eu. Não foi sobre cor, não foi sobre tinha, não foi sobre nada. Foi sobre a habilidade mesmo de fazer tranças. No entanto, que eu não tinha inglês.

2887.961
Ana larissa 
Eu lembro que eles falavam assim, ah, pega aquele pente, mas eu não sabia o que era pente. Eles ficavam como? Não sei o que, como? Aí eu pegava, sei lá, isso? Ah, não, isso não é como. Isso? Ah, isso aqui. E aí com o tempo, aí tipo assim, aí quando eu pegava a coisa certa, eu falava, ah, tá bom, isso aqui é como? E eu lembro que foi uma questão assim, dos meus primeiros três meses, foi assustador o quanto eu absorvi de inglês. Primeiro por ser

2893.097
mulheresimigrantes
Eu não sei

2915.896
Ana larissa 
por estar ali exposta e por muitas palavras novas. É o inglês técnico, né? Uma pessoa que tá aprendendo a falar inglês, ela dificilmente vai aprender sobre, vamos dizer assim, tesoura, pente, escova, a trança, esticar, senta aqui, desliza um pouco. O inglês técnico ali eu peguei em três meses assim.

2938.66
Ana larissa 
Nossa, foi absurdo. E aí foram vindo depois, pós esses três meses, foi vindo o inglês conversação. Porque você tá sentada ali, a pessoa ficou por horas, duas, três, quatro horas conversando. E ela tá curiosa, ela quer saber essa menina, quem é essa menina que veio do Brasil? Como ela veio? Ela tá com quem? E aí você vai conversando. Então, eu vejo esse...

2958.473
Ana larissa 
Esse salão foi o primeiro trabalho aqui de muita oportunidade. Eu sou muito grata, porque foi lá que eu desenvolvi o inglês, que me possibilitou falar, por aqui eu já não cresço mais, deixa eu ir para outro. De lá eu fui para outro salão que também trabalha com cabelos afro, mas não com tranças. Eu trabalhei com cabelos cacheados, cabelos crespos.

2977.295
Ana larissa 
mais na área da parte do corte, da hidratação. Foi uma experiência muito boa também, até eu enxergar que, poxa, por que não apostar no Rapunzel? Por que não colocar essa energia toda que eu coloco trabalhando para outras pessoas do que é meu, por direito, né? Por algo que eu construí aí. E hoje eu estou nessa fase da vida de trabalhar somente com o Rapunzel. E, graças a Deus, vem dando muito certo. A nossa comunidade, ela é uma comunidade muito...

3005.896
Ana larissa 
Receptível, é uma comunidade muito unida. Eu vejo que aqui na Austrália, aqui em Sydney, as pessoas se ajudam muito. Isso é absurdo. Eu tinha muito medo, inclusive, disso. Eu ouvia falar, tipo, não confia no brasileiro quando você estiver lá fora, porque o brasileiro que está lá, e principalmente o que está há muito tempo, ele é isso, ele é aquilo. Olha, para ser honesto, eu acredito que exista, porque a gente está falando de ser humano, mas, graças a Deus, a maioria das pessoas que cruzaram o meu caminho foram pessoas excepcionais. Eu sou muito grata por todos.

3035.418
Ana larissa 
E é isso, a nossa comunidade nos abraça. Eu me sinto como profissional da trança, me sinto abraçada pela comunidade. E abraço todos também.

3045.794
mulheresimigrantes
Nossa, é, essa coisa do não confiar nas brasileiras fora é complicado, porque sim, tem, de qualquer nacionalidade, aí tem aquele lance entre, quase que um duelo entre

3063.524
Ana larissa 
Competitividade, sim. Nossa, sim, existe.

3065.333
mulheresimigrantes
É, de pessoas que já estão aqui há muito tempo e tipo, nossa, não, mas na minha época eu me ferrei e batalhei por isso, não vou entregar nada de mão beijada pra essa galera que chegou agora. E aí tem as pessoas do outro lado, não, eu me ferrei e passei por isso e isso e isso quando eu cheguei, quem eu puder ajudar que estiver dentro do meu alcance pra que não passe por isso, eu vou ajudar.

3094.224
mulheresimigrantes
e vai ter escrito de ambos os jeitos de qualquer nacionalidade. A gente mostra logo para quem veio.

3094.241
Ana larissa 
É. Em qualquer lugar, você não precisa não ser imigrante. Lá no Brasil, eu me deparei com muitos parecidos sem saber ser humana, né? Como eu falei, estamos falando de ser humana. Tipo assim, a gente pode esperar o pior, como a gente também pode esperar o melhor. Eu, graças a Deus, estou tendo experiências assim com os melhores. Mas também se vier os piores, a gente já aprendeu como que trata. É, as nossas garrinhas.

3125.35
mulheresimigrantes
É, isso é. Porque a gente não é um famoso, não mexe com quem está quieto.

3126.613
Ana larissa 
É sobre... Exato. Eu sou muito desse time aí que você falou de poder, meu, ajudar. Eu lembro aqui desse meu trabalho de... No salão de cabelos áferos, né? Com corche, detração. Eu tive uma pessoa que entrou, uma amiga minha que entrou. Hoje é minha vingança. Inclusive, vamos nos encontrar amanhã.

3150.171
Ana larissa 
Eu falei, meu, vamos lá pra casa. Passei tudo, tudo que eu tinha aprendido. Foi tão custoso as repetições, porque nesse trabalho eu tinha que... Era um roteiro, eu tinha roteiros pra falar, então eu saí de um salão mais...

3165.162
Ana larissa 
Mas assim, vamos dizer, entre muitas aspas, largadinho, e fui pra uma sofisticada, então eu tinha que ser educada, eu tinha que falar roteirinhos, tipo, esse shampoo faz isso e isso e aquilo. Isso foi muito difícil, eu tenho um caderninho até hoje que eu escrevi tudo porque, meu Deus, eu não podia errar e a chefe ficava no meu pé. E aí, quando essa menina entrou brasileira, ela passou no teste, então eu falei, bora lá pra casa, tem muita coisa pra aprender. Nossa, passei tudo, ela bateu foto, botei PDF pra ela também.

3191.203
Ana larissa 
E aí a gente começou a trabalhar junto, enfim. Assim como também recentemente eu e o meu marido recebemos dois casais de amigos que vieram do Brasil. Tipo, recentemente mesmo, faz um mês e pouco agora. Meu, nossa gente. Mas assim, tudo, tudo, tudo, tudo, tudo, tudo que estava ao nosso alcance a gente fez assim, a gente ajudou muito. E eu lembro que a alegria dentro do meu peito de poder estar fazendo por alguém. Alguém que, meu Deus do céu, como eu desejei que alguém fizesse por mim quando eu cheguei.

3219.053
Ana larissa 
Principalmente porque fui abandonada pela minha agência, minha agência meio que chegou a se vira. Então foi tudo muito custoso, foi tudo muito assustador mesmo. Então poder hoje facilitar, ajudar.

3232.449
Ana larissa 
diminuir a dor, que vai doer ainda, não é fácil vigrar mas se a gente puder, eu falo por mim, se eu puder diminuir, se eu puder fazer com que seja mais leve eu vou fazer, com certeza porque eu lembro da Larissa que chegou aqui com medo de ir no banheiro porque ia ser traficada, sabe? Então é sobre

3257.91
mulheresimigrantes
Ah, eu sei.

3258.475
Ana larissa 
Literalmente, literalmente, eu e meu marido descemos do avião, eu falei, fica na porta, se você ver alguém saindo com burka, você pergunta se é eu e eu vou gritar, porque eu também vi muito assustada nessa questão de voo internacional, a gente já ouvi tanta coisa, e eu assisti Salve Jorge, quem assiste Salve Jorge, tá ligado do que eu tô falando, eu tinha muito medo, então eu lembro dessa garotinha aí que chegou aí,

3282.807
Ana larissa 
com muito medo do mundo, da maldade, da vida, do inglês e falam muito, mas se eu puder facilitar, estaria aqui. Prazer foi meu. Bora lá.

3296.732
mulheresimigrantes
Bom, Ana Larissa, foi um prazer conversar com você. Muito obrigada pela sua presença. Mas então, antes de terminarmos, vamos para a nossa lupa cultural, que é aquele momento de indicação de trabalhos feitos ou protagonizados por mulheres. E o que você tem para nos indicar?

3312.978
Ana larissa 
Olha, tem um filme que eu tenho ele como inspiração. Ele, assim, realmente me... Na verdade não só, vou falar mais de um, mas esse primeiro, ele me incentiva muito na minha carreira profissional. Assim, principalmente como Olher Preta, que está começando num lugar ainda que não está tão... A trança não está tão desenvolvida, né? Então, eu me vejo muito nessa... Chama Madami. Ai, meu Deus. C.J. Walker.

3343.524
mulheresimigrantes
A bicha é maravilhosa.

3345.026
Ana larissa 
Não, absurdo, absurdo. Eu me familiarizo muito porque ela está na área da beleza, ela trabalha inclusive com pessoas pretas, cabelos, crespos. Então, assim, quando eu assisti esse filme, ele fez um plá na minha cabeça, minha cabeça explodiu, porque eu realmente consegui me enxergar. Eu falei, poxa, se lá nos anos das catatinhas essa mulher fez isso,

3370.981
Ana larissa 
Com nada, com poucos recursos, o que eu sou capaz de fazer com os recursos que a gente tem hoje nas mãos, né? Então isso me inspirou muito, então eu indico pra vocês, vão lá, principalmente vocês mulheres empreendedoras, vão lá assistir esse filme que ele é assim, revolucionador. É.

3383.08
mulheresimigrantes
Não, é uma puta aula de empreendedorismo mesmo. A gente já teve essa indicação há uns três anos atrás, fazia tempo que eu não escutava mesmo, e é uma mini série muito boa.

3400.572
Ana larissa 
É muito bom, muito, muito bom. Um outro também que me transformou como mulher preta é o... Meu Deus do céu, será que eu vou lembrar o nome? Porque é o nome da atriz, é H-A-R-I-E-T. Acho que é Hariette, se der pra confirmar aí. É H-A-R-I-E-T.

3419.94
mulheresimigrantes
Tô me interrompendo aqui. Tô me interrompendo aqui. Tô me interrompendo aqui.

3428.586
Ana larissa 
Esse filme foi mais uma das transformações que eu tive como ser humano e como incentivo também, mais uma vez de pessoas que tiveram pouquíssimos recursos e fizeram coisas grandiosas.

3445.947
Ana larissa 
o que nós não somos capazes de fazer, né? Esse filme ele fala sobre uma mulher escrava, ela nasceu numa família escrava, os pais já eram escravos e ela tinha uma conexão muito forte com Deus e tudo que ela orava para Deus, bem que acontecia, ela orou para que o chefe morresse e ele morreu e aí entra toda uma questão, não vou falar todo o filme, mas ela foge, consegue a liberdade dela e não somente pensando nela, ela traz todo o

3474.77
Ana larissa 
toda a aldeia dela, a galera dela, toda a família dela, todas as pessoas que ela conhecia. Inclusive tem uma música que está diretamente ligada com esse filme que chama Stand Up.

3490.589
Ana larissa 
que é basicamente o conto do filme, né? Que também é muito forte. Quando eu vou treinar ou quando eu preciso acordar e pro dia, com força, eu boto essa música e falo, bora, bicha, levanta. Que isso que você tá fazendo é pouco ainda, bora. Então, me incentiva muito. Isso.

3509.466
mulheresimigrantes
Procurei, aqui é Harriet, tem uma mulher, gente, tá na Netflix, tá? Os dois. Esse último, então, é uma mulher abolicionista aí que consegue se escapar de ser uma mulher escravizada.

3528.145
Ana larissa 
E ela faz tudo isso até, sabe? É algo assim, absurdo, absurdo. E é real, né? Uma história de fatos reais. Então assim, meu Deus, no final é impactante, gente, vão lá assistir, que é muito bom. E essas são as minhas indicações, assim. São coisas realmente que transformaram a minha vida e eu acredito que pode vir a transformar de vocês, de alguma forma.

3550.947
mulheresimigrantes
Bom, gente, eu tenho duas indicações, e como eu já tinha falado pra você antes da gente começar a gravar, eu vim zero preparada, então o que eu vim sentindo que veio rolando na conversa foi o que rolou. E primeira indicação é o perfil de uma personal e bailarina, a Vivi Ferreira. Ela mora em São Paulo.

3580.418
mulheresimigrantes
Eu a conheço pessoalmente desde que a gente estudava no mesmo colégio. E de uma época em que ela lisava o cabelo. E eu tô falando assim, ela com 10 anos de idade.

3597.688
mulheresimigrantes
e acompanhei de longe, porque eu saí do Brasil com 18, mas acompanhei de longe toda essa transformação dela de transição capilar, dela se aceitando como uma mulher com cabelo afro, um cabelo lindo, ela é uma bailarina também excepcional, maravilhosa,

3601.899
Ana larissa 
Eu não sei.

3622.833
mulheresimigrantes
Atualmente, ela trabalha na SmartFit, se eu não me engano. Isso, na SmartFit. Então, gente, ela é babadeira. Já desfilou em escola de samba em São Paulo. Então, acompanhem. E se você treina na SmartFit, gente, vão fazer uma aula com ela, que a bicha é sensacional.

3637.978
Ana larissa 
Obrigado, pessoal.

3645.503
mulheresimigrantes
E a outra coisa, gente, é uma playlist que uma amiga minha fez no Spotify. E na hora que você falou dessa música aí, em que você gosta de colocar ela pra treinar e tal, essa playlist dessa minha amiga é uma playlist de funk, chama Senta a Senta. Vou mostrar aqui a foto pra você. Essa é a foto da capa da playlist.

3673.831
Ana larissa 
Ou seja, para fazer os belos agachamentos.

3676.63
mulheresimigrantes
É maravilhosa. É uma playlist. O marido já correu uma maratona escutando essa playlist. Para todos os amigos que eu vou...

3690.811
mulheresimigrantes
compartilhando e a galera vai seguindo. Foi a Pri Oliveira que fez essa curadoria de funk brasileiros sensacionais. E veio em muito boa hora, quando essa playlist chegou em mim, que eu tinha acabado de me separar e eu não conhecia nada dos funk brasileiro que estava rolando ali na moda, na hora e tal. Então ele veio em muito boa hora e perdura comigo já há uns três anos, quase.

3719.906
mulheresimigrantes
Essa playlist, ela é muito boa. Qualquer coisa, pode voltar. Então, vamos voltar nessa sessão. Quem você vai indicar?

3721.971
Ana larissa 
Legal, muito bom. Eu gostaria de... Eu não sabia que nós poderíamos indicar pessoas. Ah, maravilha.

3735.493
Ana larissa 
Menina, olha, a coisa é forte, é babado. Porque assim, eu tenho um grupo aqui em Sydney, que eu em parceria com a minha amiga e criamos, que chama Empretesser. E aí esse grupo é um grupo de mulheres pretas empreendedoras.

3752.466
Ana larissa 
E cada uma tem uma profissão diferente. E a gente faz parte, a gente se divulga, a gente se ajuda. Não somente na área profissional, mas a gente também se ajuda no quesito pessoal. A gente sai juntas, estamos ainda no desenvolvimento de uma amizade sincera, gostosinha. E aí eu gostaria de indicar algumas delas, se puder todas, mas não são muitas. Eu acho que são...

3780.879
Ana larissa 
9, vamos lá, pode?

3782.841
mulheresimigrantes
O impredecer você está em estágio.

3787.961
Ana larissa 
Uma página? Não. Na verdade, o empreitecer é um projeto que está no WhatsApp. É um grupo que nós temos onde as nossas páginas profissionais são impulsionadas. Então, eu impulsiono o trabalho delas, elas impulsionam o meu e a gente numa corrente de mulheres pretas empreendedoras, a gente se ajuda, a gente chega, faz a gente chegar ainda cada vez mais longe. É um projeto que faz... Ai, acredito que agora... Meu Deus, estou com medo de errar.

3816.237
Ana larissa 
seis meses, meu Deus, ou mais. Mas, assim, é algo até que me traz muita felicidade. São mulheres incríveis, mulheres inspiradoras, mulheres fortes, sabe? Que têm aí o seu empreendimento aqui, que vivem desse empreendedorismo aqui na Austrália. E eu tenho certeza que elas vão agregar muito aí para cada um de vocês. É...

3838.49
mulheresimigrantes
Então tá, eu só queria confirmar mesmo porque senão a gente já deixava a rouba. Então vamos lá, lista de mulheres fodonas.

3845.765
Ana larissa 
Vamos lá, gente, eu não vou fazer em ordem, eu vou na ordem da minha cabeça, tá bom? A primeira é a Marina, Marina Personal. Ela é uma personal trainer, ela trabalha aqui também em Sydney, ela atua mais do RM de Bondi, mas eu já tive a assessoria dela, eu não sei se chama assessoria, mas ela já fez os meus treinos, maravilhosa, impecável, além de dançarina, ela dança também, faz uma...

3872.637
mulheresimigrantes
E a bicho é bonita, hein?

3873.729
Ana larissa 
Não, para, para, para. Isso aí é algo que... Assim, todo mundo conhece. A bicha onde chega para tudo. Dança bachata, dança... Ela dança tanta coisa. E assim, é uma simpatia em pessoa, um amor que conhece, se apaixona, se cativa. Falaria por horas dela, é muito maravilhosa, chama Marina Personal. A outra é a Mari Land, que ela é a dona do Unique, Unique Hair.

3900.111
Ana larissa 
Que ela é hairdresser, né? Ela é cabeleireira aqui, trabalha, tem uma... Ela é especialista em cabelos pretos, cabelos afros, cabelos cacheados, cabelos de pessoas pretas, corta, pinta, faz de tudo.

3914.753
Ana larissa 
A outra é a Maiara. Eu só preciso lembrar, glanola arroba, mas Maiara é nutricionista, eu acredito que seja. A Maiara também é uma mulher preta e ela é nutricionista, está nessa área da saúde e tudo, ela que nos ajuda a entrar no foco da alimentação. Os posts dela, gente, os cafés da manhã, os almoços são inspiradores. Ela recentemente também fez uma palestra muito interessante, está lá na página dela, é maravilhosa.

3943.505
Ana larissa 
As outras três estão dentro de um grupo só, que é o Samba de Moça. É a Tavires Rezende, a Sofia Matos e a Kayla Lopes. Ai, meu Deus, eu espero não estar enganando os nomes. Mas elas são...

3962.205
Ana larissa 
participantes do Samba de Moça, que é um samba somente de mulheres. Aqui em Sydney, inclusive, o primeiro. Se eu não estiver falando besteira, o primeiro aqui. Estão arrasando, já estão com a agenda aí, minha filha. Vão vadíssima, tentei pegar para o meu aniversário. E foi, não consegui, entendeu? Porque elas já estão com a agenda daquele jeito. São maravilhosas, cantam músicas deliciosas. Novamente se apresentam no Kitanda, que é um restaurante brasileiro aqui. São maravilhosas.

3990.538
Ana larissa 
Espera, meu Deus, deixa eu lembrar todo mundo. Ah, tá. A Karol é dona de uma escola de samba. Então, ela ensina mulheres a sambar. Tem outro tipo de dança também, mas ela ensina mulheres a sambar. E faz isso com uma maestria, com uma elegância. Ela é dona do soul. Meu Deus, como é que lembra? Posso pesquisar aqui? Você edita.

4017.176
mulheresimigrantes
Podemos aqui, a gente anota aqui, a gente dá um palco. Felipe Edita. Carol Freira Samba Sol Conexão. Gente, a estoqueação aqui, vocês não estão entendendo.

4022.585
Ana larissa 
Pega aí. Felipe, desculpa. Cara. Isso. Isso, samba soul connect. Isso mesmo. Isso mesmo.

4038.336
Ana larissa 
Sim, é ela mesma, Carol Freitas, do Samba Soul Connection Ela ensina a samba, dá várias aulas, ela é maravilhosa no que faz E ela também dá aula de português para gringo, tá? Porque ela ensina até professoras Os gringos aprendem português com ela, maravilhosa Deixa eu dar um outro cheque aqui do grupo Empretê-se Falei já...

4056.63
mulheresimigrantes
E aí

4068.962
Ana larissa 
A Amanda Seraphim, ela é massoterapeuta, ela trabalha ali na área de bondar, enfim, magnífica também, eu fiz, exigia as massagens com ela, eu fiz trança no cabelo dela e ela fez massagem em mim, porque além de a gente se divulgar, a gente usa o serviço uma da outra, entendeu?

4088.626
mulheresimigrantes
Corretíssimas!

4091.143
Ana larissa 
Pois daí, né, que a gente não é boba. E aí ela é maceterapeuta, uma mulher preta também, tem atendimento ali na área de Bondi. Tem o próprio estúdio dela criado. A Carla Firmino, ela é maquiadora. Tá iniciando agora, tá de estante, mamãe deu uma pausa na carreira, mas daqui a pouco ela volta, mas ela é maquiadora também. Ela já me maquiou pra eu ir pro quintal, pra eu botar o estande lá no quintal Sidney, que é bem gostoso, a roda de samba que tem aqui.

4121.51
Ana larissa 
Deixa eu ver mais, meu Deus. E a outra e última é a Michelle, Michelle Reis. Ela é modelo e aí você vai conseguir fazer o seu stalker e olhar que ela é gatíssima, maravilhosa. Já fez, já pousou para várias marcas, até australianas aqui, a bicha é babadeira.

4142.363
Ana larissa 
E aí eu encerro essa lupa cultural gigantesca, mas eu não podia deixar de falar sobre as mulheres que me inspiram. O dela é Mika. M-I-I-K-A.

4156.756
mulheresimigrantes
Esse que é o problema com nomes que dá pra escrever de 50 mil jeitos diferentes

4171.596
mulheresimigrantes
Nossa, gente, tô perdidíssima aqui. Aqui, agora achei. Pra quem tá assistindo o podcast e não tá assistindo, gente, a mesma hora, nesse exato momento,

4185.487
Ana larissa 
Diva maravilhosa, perfeita, gostosa. É gata, o baque é forte. O baque é forte. Vai lá, abre e vê. A bicha entrega, ela entrega.

4202.21
mulheresimigrantes
Gente, só... Dá até um pause agora, gente. É que... Tem até um momento... Nossa! Que mulher! Cara...

4211.664
Ana larissa 
É maravilhosa. Modelo, né? Por isso que está aí na área. Entrega, a mídia de entrega. Claro, vamos lá. Vamos lá.

4218.66
mulheresimigrantes
Nossa senhora, né? E finalmente, gente, venda novamente o seu jabai. Eu sei que você já comentou no meio do episódio, mas você não estava prestando atenção, você não estava com o celular aberto na mão, na página do Instagram e não pegou a referência. Qual o seu Instagram, onde as pessoas te acham, a agenda está aberta, como é que está?

4243.29
Ana larissa 
abertíssima, eu atendo de segunda a sábado, excepcionalmente domingo, você tem que me dar uma boa desculpa por ele atender no domingo, meu instagram é a Rapunzel for Hair, eu atendo na área de Waverton, do ladinho da estação, desceu da estação, você não anda um minuto, você está dentro da minha casa, já estou ali atendendo no meu estúdio montado,

4265.23
Ana larissa 
É um estúdio domiciliar, cheio de amor, cheio de carinho, doido pra receber vocês aí. Venham trançar, venham se empoderar, seja você preta, branca, amarela, vem deixar o seu cabelo maravilhoso. E é isso, né? Um filho tá chegando, entendeu? Não tem touca melhor do que uma bela trança nessa cabeça.

4283.336
mulheresimigrantes
Muito bom. Ai, gente, eu só não faço nada no cabelo porque eu detesto ficar horas.

4289.241
Ana larissa 
É. É, eu costumo falar que é um dia de sofrimento pra um mês, um mês e meio, dois meses, dois meses e meio aí, por tranquilidade, porque é prático, entendeu? Eu sou uma pessoa mais suspeita, né, pra falar disso. Mas é real, quem coloca, quem usa, sabe que é uma praticidade. Você acorda pronta, dorme pronta, levanta pronta, entendeu? Sim.

4310.196
mulheresimigrantes
E acorda linda, né, gente? Porque vão lá no Instagram olhar, que é cada trabalho maravilhoso. E vão nos seguir também, gente, lá no Instagram, se você ainda não segue, se você chegou agora pelo episódio. Ana Larissa, foi muito bom ter vocês aqui. Vão lá nos seguir no @mulheresimigrantespod. Eu adorei o nosso papo.

4334.189
Ana larissa 
Sim. Ah, eu vou amar.

4335.401
mulheresimigrantes
Quem estiver escutando agora, isso não vai fazer tanto sentido para você, mas estarei daqui três semanas em Sydney e quem sabe a gente marca um encontrinho com muitas mulheres imigrantes maravilhosas.

4351.544
mulheresimigrantes
Também estamos programando aqui um encontro do Mulheres Imigrantes Podcast. Então, fiquem atentos nas nossas redes sociais para a gente divulgar. A Fabiana vai conseguir organizar um espaço, gente. Vocês sabem, né? O que a mulher faz acontecer, a gente manda aí para vocês. Lário, muito obrigada pelo seu tempo, que você tem um ótimo descanso. E a gente se vê...

4369.565
Ana larissa 
Adoro!

4379.718
Ana larissa 
Eu que agradeço, eu que agradeço. Foi uma uma, sério. Tava super nervosa no início, me soltei e tô aqui. Gratidão, é muito bom a gente poder falar da nossa história. Espero que essa história, minha história aí, consiga inspirar outras mulheres, consiga ajudar quem tá em alguma situação parecida. E qualquer coisa, a gente me chama lá, pode me chamar no Rapuzell, a Flare, pode me chamar no Pessoal também. Tô aí pra todas. Todas e todas.

4406.908
mulheresimigrantes
Muito bom, gente. Muito obrigada, Lari. E obrigada a você que escutou até aqui. Até o próximo episódio.

4411.971
Ana larissa 
Tchau!