Conexão sapiens

Introdução #1

May 08, 2024 Kald Season 1 Episode 1
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Conexão sapiens
Introdução #1
May 08, 2024 Season 1 Episode 1
Kald

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Conexão Sapiens: a ciência desvendando você!
Kald Abdallah

@kald27042024

Introdução –podcast número 1
Leituras sugeridas:
Sapiens – Yuval Noah Harari
Blueprint – Nicholas Christakis
Social Connection as a Public Health Issue. Julianne Holt-Lunstad - Annu. Rev. Public Health 2022. 43:193–213 

Por favor me enviem sugestões, críticas construtivas e perguntas. Me sigam no Instagram @kaldconexaosapiens e para concluir, caso você ache que este é um assunto que vale a pena, por favor espalhe essa notícia, tem um novo podcast - Conexão Sapiens: a ciência desvendando você.

o Um grande abraço do Kald.

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Conexão Sapiens: a ciência desvendando você!
Kald Abdallah

@kald27042024

Introdução –podcast número 1
Leituras sugeridas:
Sapiens – Yuval Noah Harari
Blueprint – Nicholas Christakis
Social Connection as a Public Health Issue. Julianne Holt-Lunstad - Annu. Rev. Public Health 2022. 43:193–213 

Por favor me enviem sugestões, críticas construtivas e perguntas. Me sigam no Instagram @kaldconexaosapiens e para concluir, caso você ache que este é um assunto que vale a pena, por favor espalhe essa notícia, tem um novo podcast - Conexão Sapiens: a ciência desvendando você.

o Um grande abraço do Kald.

Conexão Sapiens: a ciência desvendando você!

Podcast número 1, introdução.

1.     Meu nome é Kald Abdallah, sou paranaense, pé vermelho, cresci numa cidade pequena no norte do Paraná chamada Borrazópolis. Eu sou médico formado pela Universidade Estadual de Londrina (minha querida UEL). Fiz residência e doutorado na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, pós-doutorado pela Faculdade de Medicina da Universidade de Harvard, em Boston nos EUA. Já trabalhei na prática clínica, como professor de medicina, executivo e pesquisador. Há 23 anos me dedico a pesquisa clínica e desenvolvimento de imunoterapia contra o câncer, nos últimos 17 anos morando e trabalhando aqui nos EUA. Durante a minha carreira tive muitas posições diferentes, a última delas chefe global do departamento médico de Oncologia de uma das maiores indústrias farmacêuticas do mundo. Ou seja, sou um nerd diplomado com sotaque caipira do Norte do Paraná!

2.     Desde 1998 estudo diferentes tópicos da ciência com o objetivo de responder uma pergunta - O que devo fazer hoje para que aos 65 anos eu me sinta seguro, autônomo, completo, conectado e sem arrependimentos profundos? Essa ideia surgiu logo após assistir ao filme Encontro Marcado/ Meet Joe Black, que conta a história de um empresário bem-sucedido que recebe a visita do anjo da morte que fala para o empresário que ele irá morrer no dia da festa de aniversário de 65 anos. É um filme muito interessante com o Brad Pitt (Joe Black/ anjo da morte) e Anthony Hopkins (Bill Parrish/ empresário bem-sucedido).

3.     Ter um objetivo de responder uma pergunta específica me ajudou a entender onde focar o meu estudo e como olhar a ciência para separar o que era útil do que era distração. Inicialmente com uma perspectiva mais ampla, comecei a estudar diversas áreas da ciência incluindo sistemas complexos, neurociências, antropologia, psicologia, história, entre outras. Com o tempo, percebi que havia algumas áreas que traziam ensinamentos mais profundos. Acredito que os aprendizados mais cruciais para entender o ser humano vieram através da lente da antropologia e da evolução humana. Fazendo uma analogia simples, similar à quando você entra em uma casa no escuro com uma lanterna, a neurociência, a psicologia, entre outras áreas foram extremamente úteis para iluminar certos aspectos do ser humano. Porém olhar o ser humano pela perspectiva evolucionaria da psicologia e da antropologia foi para mim o equivalente a acender a luz da casa! Este foi o momento que entendi como contextualizar o que se observa no ser humano.

4.     O aprendizado que tive eu apliquei na minha vida pessoal e profissional. Recebi a sugestão de vários amigos para escrever um livro ou fazer um podcast e dividir esse conhecimento. Essa ideia do podcast se consolidou durante a pandemia e este é o episódio inaugural. Vocês não imaginam como estou feliz de poder fazer este projeto acontecer

5.     Houve um avanço científico tremendo nos últimos 20 anos decorrente do mapeamento do genoma humano, do avanço na metodologia científica, dos métodos de imagem e da disponibilidade de dados. Todos estes avanços causaram uma aceleração sem precedentes no entendimento sobre a nossa espécie. Estimo que o conhecimento sobre a espécie humana hoje deve ser dezenas de vezes maior do que 20 anos atrás.

6.     Saber mais é uma benção, porém também um quebra-cabeça, como ter certeza de que o novo conhecimento seja rapidamente aplicado para o bem de cada um? Como você pode ter certeza de que não está perdendo uma oportunidade de agir hoje? Acredito que a sociedade humana está perdendo uma grande oportunidade, pois não há instituições dedicadas a sintetizar esse conhecimento com o objetivo de informar suas decisões no caminho para uma vida mais feliz, completa e sem arrependimentos.

7.     Considerando esse cenário, eu diria que um grande desafio nosso hoje não é saber, mas sim aplicar o que já se sabe – vou repetir - um grande desafio nosso hoje não é saber, mas sim aplicar o que já se sabe. Esse é um dos objetivos principais do Conexão sapiens, sintetizar a ciência de hoje de forma clara, com recomendações sobre como aplicar este conhecimento.

8.     O Conexão sapiens terá uma fase inicial dedicada a síntese do conhecimento em 4 áreas com diversos episódios dedicados a cada uma. As áreas são: Sistema, socialidade, individualidade e cognição. Após concluir a fase inicial de síntese da ciência, iniciaremos uma segunda fase dedicada a ações específicas, com recomendações baseadas em evidências como estudos randomizados e/ou meta-análises.

9.     Um estudo randomizado é um estudo em que você faz uma intervenção em um grupo e tem um grupo similar como controle para comparar o resultado. Este método é considerado o padrão ouro de como demonstrar a eficácia de uma determinada intervenção. Uma meta-análise é quando você combina os dados de diversos estudos randomizados para chegar a uma conclusão global.

10.                        Durante os episódios da fase inicial de síntese, acredito que falarei muito pouco sobre a ciência gerada antes do ano 2000 -peço desculpas a todos que esperam que eu fale do Freud, Jung ou Skinner. Há uma quantidade enorme de conhecimento científico mais antigo que ainda é discutida e aceita hoje em dia, porém este conhecimento não conseguiria atingir os padrões mínimos aceitáveis da ciência gerada nos dias de hoje. Alerto que, em geral, não irei discutir conhecimentos gerados fora dos padrões atuais da ciência.

11.                        Considerando a rápida evolução do conhecimento humano, abandonar conceitos antigos e aceitar um conhecimento novo deve se tornar uma prioridade para o indivíduo. A mudança de paradigma (paradigm shift) que foi descrita originalmente pelo filósofo americano Thomas Kuhn, é uma necessidade fundamental hoje pois o crescimento do conhecimento humano é muito rápido para se tolerar um apego irracional a conceitos antigos. Portanto acredito que mais do que nunca se deve treinar a própria cognição para aprender a ver novas perspectivas e mudar de opinião mais rápido – ou seja adquirir flexibilidade cognitiva.

12.                        O pensador crítico ou pensador científico, tem uma cognição sofisticada, bem treinada e abandona o conceito antigo diante de novas evidências, ou seja, muda de opinião diante de fatos novos. Essa flexibilidade é uma capacidade que pode ser treinada. Aprender a mudar de opinião diante de novas evidências deve se tornar uma prioridade para qualquer indivíduo que quer se adaptar a um mundo em transformação – este ponto é fundamental, portanto vou repetir: Aprender a mudar de opinião diante de novas evidências deve se tornar uma prioridade para qualquer indivíduo que quer se adaptar a um mundo em transformação.

13.                        O plano é o seguinte, a estrutura da síntese do conhecimento sobre o ser humano que irei utilizar na fase inicial do Conexão sapiens será organizada em 4 áreas:

14.                        Primeira área, Sistema: o ser humano faz parte de um sistema complexo e durante a evolução dos mamíferos, e posteriormente dos primatas, houve uma conexão contínua entre cada um e este sistema. O ser humano se conecta com o ambiente que vive há milhões de anos e essa conexão traz um equilíbrio para o cada um de nós. Porém após a invenção da agricultura, houve uma mudança dramática na relação do ser humano com o ambiente. Entendendo como essa conexão se deteriorou pode dar uma oportunidade para o indivíduo tomar ações e diminuir o impacto dessa desconexão. Durante essa etapa na qual conversaremos sobre o sistema, irei dedicar vários episódios para sintetizar o que a ciência mostrou e aprendeu sobre a conexão entre o ser humano e o sistema. Esta conexão se manifesta através de várias formas: espiritualidade e religião, moralidade, arte, a relação do ser humano com o espaço físico, o próprio corpo, o tempo e a natureza. Lembre-se, irei falar de aprendizados e conclusões baseadas empiricamente, ou seja, baseada em dados! 

15.                        Segunda área, Socialidade: Esta conterá uma série de episódios sobre como o ser humano é um ser basicamente social. Na verdade, o Homo sapiens é uma espécie ultrassocial. Nosso nível de socialidade é um ponto fora da curva, nós somos outliers com uma socialidade sem comparação entre os mamíferos. As características e o número de adaptações biológicas pro-sociais são impressionantes - um exemplo destas adaptações é o ultraje moral, vias neuronais responsáveis pela reação de nojo a um alimento contaminado também estão relacionadas com o ultraje moral, ilustrando como uma reação tão intensa como o nojo fortalece a nossa moralidade, ultrasocialidade e cooperação, de uma forma simplista podemos dizer que a natureza está nos dizendo que para a nossa sobrevivência, cooperar, ser ético e pro-social é tão importante quanto evitar de comer algo podre. A evolução moldou quem a gente é para nos tornarmos seres ultrassociais com o objetivo primordial de promover um nível sem precedentes de cooperação. O livro Blueprint (origem evolutiva de uma boa sociedade) do professor Nicholas Christakis e uma excelente referência caso você queira se aprofundar neste assunto. Pretendo nesse grupo de podcasts informar as principais características da socialidade humana com o objetivo de capacitar você nas decisões necessárias no caminho para uma vida social mais saudável.

16.                        Terceira área, Individualidade: apesar do ser humano fazer parte de uma espécie ultrassocial, cada um de nós é diferente e único. Isso é uma característica muito importante da nossa espécie, pois fomos moldados em uma espécie ultrassocial, mas cada um deve desenvolver uma individualidade própria para criar uma sociedade diversificada. Essa combinação de uma ultrasocialidade diversificada permite altos níveis de criatividade e inovação, tornando a sociedade humana flexível e adaptável a diferentes nichos ambientais. A individualidade humana gera diversidade na sociedade que é um ingrediente fundamental do nosso sucesso como espécie. Porém é importante enfatizar que para o indivíduo, não basta fazer parte do grupo ou se tornar uma pessoa autônoma e diferenciada. Há a necessidade de se atingir ambos! Atingir esse equilíbrio entre se tornar-se um membro valioso da sociedade e desenvolver-se com individualidade e autonomia é um processo longo e arriscado, muita coisa pode dar errado nessa jornada! A estratégia evolutiva da espécie Homo sapiens é de alto risco com alta recompensa (do inglês high risk, high reward). O potencial de desenvolvimento, tanto individual quanto em grupo, é enorme, porém há um número incontável de maneiras de fracassar, tanto individualmente quanto em grupo – falarei mais sobre os riscos no desenvolvimento humano em breve num episódio sobre entropia social. Considerando a maior complexidade de se desenvolver uma sociedade ultrassocial diversificada nos dias de hoje, que é um sistema completamente diferente do ambiente pré agricultura, não é de se surpreender que os fracassos de desenvolvimento sociais e individuais tenham um grau, escala e diversidade sem precedentes. Durante os episódios relacionados a individualidade humana irei explorar o que a ciência aprendeu sobre emoções, desenvolvimento humano, personalidade, valores culturais universais, entre outros tópicos. Irei focar em tópicos importantes para na sua jornada de crescimento pessoal e autoconhecimento.

17.                        Quarta área, Cognição: no último grupo de podcasts da primeira fase, iremos focar nos aprendizados relacionados à cognição humana, ou seja, discutiremos como o ser humano pensa. Houve um avanço impressionante na ciência sobre neurocognição nos últimos 20 anos. Termos como metacognição, Mindfulness, atenção, pensamento crítico e viés cognitivo, são comuns nas conversas do nosso dia a dia. Irei dedicar uma série de episódios para entender cada um desses conceitos e analisar os principais obstáculos a uma cognição efetiva, respondendo à pergunta, o que é que atrapalha as pessoas a pensar de forma efetiva para se adaptar ao mundo atual? Esta conversa será baseada em vários tópicos tais como: causas de vieses cognitivos, cognição social e coletiva, técnicas de desenvolvimento de metacognição, principais obstáculos para o aprendizado, entre outros. Objetivo final será capacitar você a pensar melhor.

18.                        Um dos pontos que eu gostaria de enfatizar nessa discussão inicial é o conceito de equilíbrio. 

a.     Homeostase é estabilidade orgânica interna atingida pelo equilíbrio das funções fisiológicas. Por exemplo, caso você esteja em um ambiente quente, a sua temperatura corpórea aumenta, você irá dilatar os vasos sanguíneos da pele, começará a suar para perder calor. Qualquer desequilíbrio dentro do nosso corpo desencadeia ações fisiológicas que buscam reequilibrar as nossas funções e sistemas. Este mecanismo de equilíbrio constante é chamado de homeostase. 

b.    A alostase é o equilíbrio que deve ser feito diante de situações previsíveis. Por exemplo quando você perde o sono e aumenta os níveis de mediadores adrenérgicos e de cortisol devido ao estresse gerado por uma prova ou teste. O estresse é um exemplo típico de uma resposta alostática.

c.     A sociostase, um termo criado pelo psicólogo Americano Louis Cozolino, descreve o equilíbrio biológico necessário e mantido pelas relações sociais saudáveis. A qualidade da vida social do indivíduo é fundamental para a saúde biológica:

                                                             i.      Por exemplo, há um perfil de alterações em biomarcadores em indivíduos sofrendo um intenso isolamento social, ou seja, é possível fazer o diagnóstico de isolamento social com exames de sangue. 

                                                           ii.      Outro exemplo de relação entre a socialidade e a saúde, a rejeição social ativa vias neurais do sistema nervoso central relacionados a dor, ou seja, rejeição social literalmente dói e aumenta o risco de vício por opioides.

                                                         iii.      Um terceiro exemplo, o isolamento social diminui a expectativa de vida tanto quanto o uso de tabaco, vou repetir, o isolamento social mata tanto quanto o cigarro.

                                                         iv.      A ciência de hoje demonstra que a qualidade da socialidade humana é fundamental para a saúde do indivíduo. Não há como preservar a saúde de uma pessoa sem entender a qualidade da socialidade desta pessoa- infelizmente esse ponto é muito negligenciado pelas nossas organizações médicas. Caso você queira se aprofundar neste tópico, veja as iniciativas da brilhante pesquisadora americana Julianne Holt-Lunstad. Irei dedicar vários episódios a este tema.

d.    Por último, gostaria de propor hoje a criação de uma palavra nova, sistemeostase, que seria o equilíbrio entre o ser humano e o sistema complexo do qual este individuo faz parte, pois este equilíbrio também impacta na saúde humana, mais a respeito deste tema nos próximos episódios.

19.                        Alguns poréns, contudos e entretantos:

20.                        Por vezes falarei da evolução humana dando a impressão de que há uma decisão lógica ou ação intencional no processo evolutivo. Gostaria de destacar que isto é só uma característica da forma como eu descrevo, com o objetivo de tornar os conceitos mais claros e concisos. As evidências científicas de hoje demonstram que a evolução moldou as espécies existentes através de eventos aleatórios no decorrer de 4 bilhões de anos. A teoria da evolução inicialmente descrita por Charles Darwin é uma das teorias científicas com o maior volume de evidências, e na minha opinião ele foi o cientista mais importante de todos os tempos no que tange o entendimento da natureza do ser humano.

21.                        Não há soluções mágicas que são aplicáveis em todas as situações, todo o tempo e para todos. O crescimento pessoal é gradual, dinâmico e individual. Minha intenção é construir uma base teórica sólida e sistematicamente identificar problemas e recomendar ações para gradualmente apoiar o seu crescimento. Portanto, uma vez que concluirmos a primeira fase que caracteriza o alicerce teórico, irei passar para a fase posterior onde iremos explorar intervenções para situações específicas em cada uma destas 4 áreas. Nesta fase discutiremos a importância do método, similar ao utilizado em medicina baseada em evidências - ou seja um diagnóstico adequado, uma intervenção baseada em evidências solidas e apropriada para o diagnóstico. Seguida de um monitoramento do progresso, de preferência com uma métrica predefinida.

22.                        A forma como descrevo o meu entendimento da ciência de hoje é simplificada, contém muitas extrapolações, generalizações e conclusões pessoais. Também contém todos os vieses inerentes a minha experiência. Toda síntese de um grande volume de conhecimento e necessariamente limitada e simplificada. Tentei o meu melhor nesta síntese e espero que seja útil e efetiva. De certa forma, a ciência sobre o ser humano, principalmente a antropologia, é como uma investigação criminal sem testemunhas. Tentarei construir um cenário hipotético do que aconteceu baseado nas evidências objetivas deixadas na cena do crime. 

23.                        Também vale a pena relembrar que tudo que estou afirmando pode ser desafiado e provado falso diante de novas evidências. Porém não irei abrir o debate para perspectivas sem evidências, pois não acredito que eu tenha tempo ou energia para discutir opiniões sem base em dados e/ou evidências sólidas.

24.                        Cada episódio da Conexão sapiens será denso em conteúdo e não foi desenhado para ser escutado rapidamente ou com atenção parcial, há muitos conceitos novos de áreas diversas descritos sucintamente, portanto, sugiro a você ouvir, consultar referencias se necessário, refletir nas ideias e informações discutidas e depois ouvir novamente para assegurar o aprendizado. 

25.                        Você não precisa concordar com o que falo, mas espero sinceramente que você entenda o que eu disse. Para tanto irei refinar a metodologia de como desenvolver esses podcasts ao longo do tempo buscando uma melhora continua na clareza das ideias e conceitos.

26.                        Se você me perguntar qual é o sentido da vida? O cientista Kald, fica perfeitamente feliz com a resposta de que a vida não tem sentido e é apenas o resultado evolutivo de uma série aleatória de eventos que aconteceram nos últimos 4 bilhões de anos. Eu também argumentaria que qual é o sentido da vida é a pergunta errada. A pergunta que pretendo responder no Conexão sapiens é a seguinte “Para qual propósito um membro da espécie Homo sapiens foi forjado durante os milhões de anos de evolução?” A minha resposta para tal pergunta é bem diferente e baseada em uma montanha de evidências cientificas. O “design” de um membro da espécie Homo sapiens aponta para os objetivos de desenvolver-se individualmente em uma pessoa diferenciada, autônoma e valiosa, cultivando laços sociais profundos de amor e amizade, formando um grupo ultrassocial, cooperando, cuidando, aprendendo e ensinando, para chegar ao final da vida com a missão cumprida, conectado com o sistema ao redor e com um profundo sentimento de pertencimento - belonging.

27.                        Busco descrever os princípios mais profundos da nossa espécie que quando aplicados no decorrer de anos a décadas irão propiciar uma grande festa de despedida, na qual você poderá convidar o Joe Black sem medo ou arrependimentos. Estas 4 perspectivas: a conexão com o sistema, a socialidade, a individualidade e a cognição permitem entender como e onde as características do design humano se manifestam, capacitando decisões mais bem informadas para o nosso desenvolvimento pessoal e social.

28.                        O meu plano é manter pelo menos 2 episódios por mês, cada um com 20 a 30 minutos. Por favor me enviem sugestões, críticas construtivas e perguntas. Para concluir, caso você ache que este é um assunto que vale a pena, por favor se inscreva e espalhe essa notícia, tem um novo podcast - Conexão Sapiens: a ciência desvendando você!

29.                        Um grande abraço do Kald.

 

Leituras recomendadas:

·      Sapiens – Yuval Noah Harari

·      Blueprint – Nicholas Christakis

·      Social Connection as a Public Health Issue: The Evidence and a Systemic Framework for Prioritizing the “Social” in Social Determinants of Health Julianne Holt-Lunstad Annual Review of Public Health - Annu. Rev. Public Health 2022. 43:193–213 -